Perifluentes: impactando vidas através do ensino de idiomas

O Semear busca oferecer os meios materiais para que jovens talentos permaneçam na universidade e com isso garantir que eles tenham a oportunidade de nutrir seus sonhos e retribuir esse impacto para a sociedade. Tudo com o apoio e orientação de mentores, do time administrativo e de outros jovens de realidades parecidas.

Esse apoio possibilitou que Camilli Miranda e Kauan Lopes, jovens bolsistas do Semear em 2023, dessem vida ao projeto Perifluentes, uma escola de idiomas acessível que busca democratizar o ensino. Confira abaixo a entrevista com os fundadores.

Instituto Semear: Como o projeto surgiu?

Camilli: Eu faço história na Unifesp, além disso sou artista no hip hop e através dele eu conheci o Kauan e nasceu uma amizade grandiosa, dessa amizade nasceu o Perifluentes. O projeto é uma escola de idiomas acessível online e o propósito principal é de retribuição à educação, porque eu e o Kauan temos um sentimento em comum de sermos jovens que foram impactados pela educação, pela inspiração de professores e de outros profissionais na educação. Sempre tivemos a vontade de retribuir impactando principalmente o nosso bairro, em São José dos Campos e foi assim que nasceu o projeto. Eu sou da equipe de marketing em uma empresa angolana e faço meu marketing profissional, como artista, já o Cauã é professor de francês. Então resolvemos, a partir disso, unir um professor de idiomas com alguém de comunicação para ver no que dava e saiu o Perifluentes.

Kauan: Atualmente estou estudando Relações Internacionais na Unifesp e tenho uma história muito particular, porque hoje sou professor de francês por causa de uma professora que se propôs a me ensinar gratuitamente. Acho que por meio da educação nós conseguimos ascender na vida, mas se chega uma hora que estamos conseguindo essa ascensão e não olhamos para trás para quem estava com a gente no começo, é ingratidão por tudo que a gente conseguiu. Então por mais que eu seja muito novo, tenho 19 anos ainda, sempre fiquei pensando em como já posso começar a fazer minha parte por tudo que fizeram por mim, como posso retribuir um pouco disso e impactar outras pessoas. Dou aula de francês a mais um ano para minha sobrevivência, mas eu pensava em quem era meu público, são pessoas que têm esse dinheiro para pagar de certa forma. Mas eu não queria que os jovens da periferia fossem impedidos de ter essa chance também, porque eu aprendi o idioma e transformou minha vida. Se eu tô aqui hoje conversando com vocês e conseguindo me sustentar na faculdade é por causa das minhas aulas de francês.

Então conversei com a Camilli, eu sabia que ela já trabalhava nessa área de marketing, falei do francês e pensei em juntar isso e fazer uma escola de idiomas acessível totalmente virtual com o que a gente tem.

 

Instituto Semear: Como funciona o curso?

Kauan: Hoje o Perifluente conta com dois idiomas: o inglês, contratamos uma professora que também provém da realidade da universidade pública, uma amiga nossa diplomada, e o francês, em que sou professor. Já temos ideias para no futuro expandir e ensinar espanhol e italiano, com pessoas que são jovens universitários como nós. Assim também conseguimos fazer um projeto para professores e impactar todos.

Instituto Semear: Como são organizadas as aulas?

Kauan: São 32 conteúdos, a cada semana trabalhamos com um conteúdo diferenciado. Então o curso tem duração de oito meses e por mês vemos quatro conteúdos. Toda semana disponibilizamos para os alunos uma aula gravada de mais ou menos 30 minutos com uma parte mais teórica. Na mesma semana realizamos um encontro virtual com esses alunos pelo Google Meet de uma hora e meia onde vamos praticar e conversar. Nós retomamos o conteúdo teórico e criamos esse momento mais interativo.

 

Eu vejo que a mentoria foi um divisor de águas, acredito que se não fosse ela, eu não ia ter esse ânimo para o projeto, porque não saberia de onde partir.

Kauan Lopes



Instituto Semear: Como os interessados podem entrar em contato com o Perifluentes?

Camilli: Nós temos Facebook, Instagram e LinkedIn. Na nossa bio do Instagram tem um link com nosso portfólio e o formulário de inscrição. Assim que o formulário é preenchido já entramos em contato com a pessoa, explicamos como funciona o nosso curso e tiramos as dúvidas que possam surgir.

Instituto Semear: Como o Semear impactou vocês e o desenvolvimento do Perifluentes?

Kauan: Quando entramos na faculdade o Semear nos deu apoio financeiro e acredito que se não fosse isso, a gente não conseguiria permanecer. Infelizmente esse primeiro ano de faculdade foi bem difícil, não conseguimos estágio e é complicado arranjar emprego no primeiro ano, então o Semear nos impactou muito. 

Além disso, acho que o Semear é um dos fatores mais responsáveis para conseguirmos visualizar os planos que tínhamos. Antes só existia essa ideia e muita vontade de fazer alguma coisa, mas não conseguíamos enxergar as possibilidades. O Semear foi essencial em relação a isso, porque os treinamentos nos deram base e direção não só para o nosso futuro, mas também para coisas como se organizar e gerir o tempo. 

A mentoria que forneceram foi um dos marcos mais impactantes para esse projeto. 

Quando comecei a participar do Semear eu já dava aula de francês, acho que tinha uns quatro ou três alunos que eram amigos que estavam me apoiando, mas eu não tinha uma visão de como administrar uma empresa.

Meu mentor me ajudou com os parâmetros, falei para ele que estava começando a dar aulas particulares e ele conseguiu fazer um contrato para o meu curso, porque era muito informal e eu acabava sendo muito prejudicado por isso.

Ele fez comigo uma planilha para que eu conseguisse me organizar financeiramente. Quando eu falei desse projeto ele nos escutou e ficou a disposição para continuar ajudando.

Eu vejo que a mentoria foi um divisor de águas, acredito que se não fosse ela, eu não ia ter esse ânimo para o projeto, porque não saberia de onde partir. A mentoria foi um guia para saber de onde eu podia partir e qual o caminho que eu poderia seguir, com quais estratégias. 

Camilli: Falando do próprio Semear, eu penso no impacto da inspiração de vocês para o Perifluente também. Porque o Semear também começou como um projeto pequeno, não começou com 200 Jovens-Semente. Então a história de vocês serviu de inspiração para pensarmos nosso projeto e termos ânimo em continuar. Porque víamos onde vocês conseguiram chegar e  acreditamos que nós também podemos alcançar. 

Torne a educação mais acessível você também!

Cada doação, mentoria e apoio dado aos nossos jovens permite que projetos como o Perifluente se concretizem e que cada vez mais jovens universitários de baixa renda sejam impactados e recebam oportunidades de realizar seus sonhos e mudar suas realidades através da educação.

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